Eu já tentei abraçar o mundo com metas que mal cabiam no meu dia.
Sabe o que acontecia? Frustração. E, claro, uma dose extra de ansiedade. Aloou, Sertralina!
Durante muito tempo, achei que planejar significava encher minha agenda até não sobrar espaço. Como se quanto mais coisas eu colocasse, mais produtiva eu seria. A verdade é que isso só me deixava exausta — e, o pior, sentindo que estava sempre em dívida comigo mesma.
Não sou, nem de longe, a pessoa mais desapegada ou livre de autocobrança, mas preciso dizer: tenho me sentido mais constante. E muito disso vem de um processo de autoconhecimento profundo. Passar por terapia tem sido um dos investimentos mais significativos que fiz rumo à mulher que quero me tornar.
Uma das primeiras lições que aprendi — e que, no fundo, todas nós já sabemos — é que não adianta planejar como se o nosso dia tivesse 48 horas. Não tem. E tudo bem.
O sistema que me ajudou a organizar meus objetivos
Foi só quando parei para olhar de verdade para dentro de mim (e para a minha rotina) que comecei a mudar a forma como eu me planejava.
1. Observei meu ritmo e meu contexto
Viver no automático muitas vezes nos impede de perceber de onde vem o estresse e o cansaço. Antes de sair planejando, eu me propus a simplesmente observar: onde estava gastando minha energia? Quais horários funcionavam melhor para mim? O que me deixava sobrecarregada?
2. Escrevi meu plano de vida
(Imagem: Projeto de vida e um sumário de itens)
Esse passo foi o mais divertido. Escrevi num documento simples do Word tudo aquilo que desejo conquistar até a velhice. Fui longe: falei sobre como quero me sentir, o tipo de pessoa que quero ser, os relacionamentos que quero cultivar, e até mesmo o estilo de vida que sonho construir.
3. Escolhi minha área de foco para 2025
Depois de desenhar esse panorama, decidi qual seria minha prioridade para o ano. Afinal, a gente não dá conta de tudo ao mesmo tempo. Ter um foco claro me ajudou a manter os pés no chão.
4. Apliquei o método SMART para transformar sonhos em metas
Metas SMART são objetivos definidos com base em cinco critérios: específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais. A sigla SMART vem do inglês Specific, Measurable, Attainable, Relevant, e Time-based
Peguei meus sonhos e os transformei em metas específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido. Isso trouxe clareza e praticidade para o que antes parecia abstrato.
5. Criei uma planilha de hábitos
Essa etapa tornou tudo mais visual. Separei meus objetivos em pequenas ações diárias — como arrumar a cama, ir à academia, escrever trechos do meu TCC, me alimentar melhor, entre outros. A planilha me ajuda a acompanhar, dia após dia, o meu progresso (e sim, eu amo ver caixinhas sendo marcadas!).
Alguns aprendizados importantes desse processo
- Todos os dias são um desafio, muito provavelmente eu não vá cumprir com algo e tudo bem.
- Planos foram feitos para serem ajustados. E isso não é sinal de fraqueza, mas de maturidade.
- A constância vale mais do que a intensidade.
- Aceitei que não preciso ser perfeita para estar no caminho certo. Progresso é melhor do que perfeição.
Criar metas realistas não é sobre diminuir seus sonhos, mas sobre respeitar o seu ritmo. É sobre construir com consciência e leveza, entendendo que a caminhada importa tanto quanto a chegada.
Se tem uma coisa que aprendi nesse processo é que planejar com intenção é um ato de autocuidado. E que a versão de mim que estou construindo agradece todos os dias por cada pequeno passo dado.
E você, já olhou com carinho para suas metas esse mês?